sexta-feira, 7 de junho de 2013

Dólar em alta pode mudar o quadro eleitoral em 2014


Os últimos acontecimentos em torno da trajetória da taxa de câmbio confirmam uma percepção já existente sobre a tendência de longo prazo de desvalorização do real. O que ocorreu nos últimos dias parece ser apenas o começo.

Desde 2002, primeiro mandato do governo Lula, quando o Dólar chegou a 4 Reais/dólar, a valorização de nossa moeda foi excepcionalmente elevada e quase contínua, chegando em certos momentos a 1,55 Reais /dólar.

Nos últimos dias o dólar valorizou-se repentinamente, no lastro do que parece ser um novo surto de crescimento econômico nos EUA, voltando aos 2,15 Reais /dólar.

Apesar da rápida extinção do IOF, nem mesmo o governo acredita que isso seja suficiente para reverter uma tendência tão forte como essa.

Isto posto, uma trajetória mais agressiva para o dólar torna o controle da inflação ainda mais difícil, pois tende a exigir um tempo bem maior para sua superação e adequação da meta inflacionária.
Uma consequência direta de uma inflação mais apertada é que 2014 passa a ficar cada vez mais parecido com 2013.

A estagnação que já não é pequena hoje pode aumentar em 2014, introduzido novos elementos no quadro eleitoral.

Finalmente, uma recessão mais aguda nos próximos dois anos poderia mudar o peso dentro do quadro político dos dividendos do bolsa família e dos programas sociais, na direção da insatisfação com o desemprego e da queda do nível de atividade. 

Texto escrito por Mário Leal

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