segunda-feira, 1 de julho de 2013

Panem et Circences

Em 44 a.C. o governo do ditador romano Júlio César vivia um verdadeiro pesadelo de aspectos sociais.

Este pesadelo envolvia um alto índice de desemprego, analfabetismo, excessiva carga de impostos, condições precárias de moradia, insegurança, corrupção em todos os níveis da sociedade (especialmente entre os governantes), etc.

Diante do abismo que se formou, o Imperador decidiu com muita inteligência e perspicácia, visto que tinha pleno conhecimento dos moradores de Roma, criar a política “Panem et Circenses” (Pão e Jogos Circenses), que popularmente foi conhecida como ”Pão e Circo”.

Esta política previa a disponibilização de pão (migalhas) e diversão para o povo, que com isso, era mantido alienado aos problemas diante dos espetáculos. A consequência da alienação da plebe ignara era a diminuição do nível de insatisfação com os governantes.

Vale lembrar, a título de curiosidade, que a diversão dada pelo imperador romano era nada mais nada menos do que espetáculos sangrentos promovidos por gladiadores em combate. Acredita-se que o ser humano esquece os problemas acompanhando e/ou torcendo pela desgraça alheia.

Apesar do texto acima remontar o passado, ele está totalmente inserido nos dias de hoje, em diversos aspectos, no contexto do mundo em que vivemos, mantendo-se as devidas proporções, é claro.

Contudo, eu verei o dia em que o povo não fará passeatas em meio à “chuva de balas de borracha” e a névoa do gás lacrimogênio, não destruirá o patrimônio público e nem tão pouco o privado, não gritará palavras de ordem, não esconderá o rosto sob máscaras, não cantará o hino do país em forma de protesto e o melhor de tudo, não se envergonhará da sua terra natal.

Mas para que isso aconteça, é necessário que pelo menos uma premissa básica seja observada por aqueles que governam: 

respeito ao ser humano.


Até a próxima...

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