quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Holocausto do saber


Tenho assistido nos últimos anos com espanto a proliferação de um tipo de “estudante” que se utiliza de um modelo de pressão econômica como forma de manter inalterados os seus precípuos desejos. Esta figura voraz que desequilibra a relação professor-instituição e consequentemente a relação ensino-educação é chamada: Aluno-Cliente.

Tal qual uma horda de malfeitores empunhando a bandeira da arrogância e do capitalismo exacerbado, estes alunos municiados de informações com lógicas invertidas que os impedem de distinguir o certo do errado, estão conseguindo depredar toda uma estrutura educacional erigida há séculos. Os mestres que lá habitam, tornaram-se prisioneiros apáticos dos seus algozes sob a mira dos seus “carnês” ou sentinelas desarmadas esperando o final.

Eu aguardo o dia que estes mestres, detentores do poder da transformação dos seres humanos através do saber, voltem a transmitir sem receio algum, não só o conhecimento que é a sua função principal, mas também, os valores sociais necessários ao convívio entre os cidadãos, que são a base da educação.

Com isso feito, poderemos apreciar os quadrinhos acima, e ter a certeza que eles fazem parte apenas de uma tirinha de humor sem qualquer relação com a realidade.

Até a próxima...

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Mussarela ou Muçarela ?

Era noite e eu estava recostado na poltrona assistindo TV, não me lembro bem o quê, quando de repente meus olhos captaram um comercial de uma rede de supermercados, e algo me chamou a atenção.
 Não foi o preço e nem o tipo do produto, foi a descrição, foi a forma como ele estava escrito: “ Só amanhã no... queijo tipo MUÇARELA...”
Enquanto eu tentava decifrar na minha cabeça àquela grafia, meus neurônios ensandecidos não aceitavam qualquer que fosse o motivo que pudesse fazer uma pessoa em sã consciência veicular em horário nobre aquela sandice.
Rapidamente fui ao computador, acessei a internet com o sorriso de quem conhece todas as respostas, e foi ali que obtive uma triste revelação: “MOZZARELA, palavra de origem italiana que por ter dois “z” é escrita na língua portuguesa como MUÇARELA...” Meu mundo caiu por causa da regra do duplo “z”.
Naquele momento, era como se estivessem destituindo o bendito queijo de todo o seu passado como acompanhamento de risotos (junto do amigo manjericão), recheio de carnes, pizzas (com o parceiro tomate), em cubos (de tira gosto), no espeto, etc. Era sem dúvida o fim da culinária.
Continuei a ler o texto pra ver até onde iria o meu calvário, quando me deparei com uma observação: “MUÇARELA OU MUSSARELA são duas grafias tidas como certas na nossa língua, pois já fazem parte dos erros que o uso consagrou...”.
Apesar do final, a minha noite não terminou bem, visto que o sanduiche que eu pretendia comer já não tinha mais o mesmo sabor.

Até a próxima...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Tributo ao passado

Tenho andado preocupado com o destino do nosso ensino e consequentemente dos nossos jovens, isto porque, cada vez que eu me deparo com algumas bizarrices escritas e faladas por aí afora, eu penso no meu tempo de estudante e na minha professora do primário (que inclusive não se chama mais primário, aliás, nem sei se professora ainda é chamada de professora).

Eu estudei no Colégio José de Alencar (Laranjeiras – RJ) até os meus 11 anos, e vale lembrar que naquele tempo a grande maioria dos alunos ingressava na escola aos 6 anos de idade. Já cheguei alfabetizado, pois eu acompanhava pela TV (preto e branco) um programa que ensinava as crianças a ler e a escrever. Era interessante, pois aparecia somente a sombra de uma mão desenhando as letras e, no final de tudo, como num passe de mágica formava-se uma palavra... Coisa de primeiro mundo!

Na verdade, esse meu empenho (e dos meus pais) antes de ser matriculado na escola me favoreceu a encarar sem medo uma das melhores professoras, senão a melhor, da minha vida que foi a Sra. Glaucia. Ela tinha a doçura do mel e a dureza do aço, e as mães (na sua totalidade) veneravam aquela mulher. Pra ela só existia um jeito certo de aprender: era lendo, escrevendo, errando, apagando e fazendo de novo, e de novo e de novo... Não satisfeita, ela aplicava um teste toda sexta-feira e nos demais dias (segunda à quinta-feira) tínhamos que fazer um trabalho de casa (monstruoso), que nos finais de semana e feriados era duplicado, e acredite, ainda sobrava tempo para ser feliz.

Em resumo, existe uma época na vida da gente que temos que nos esforçar mais e gastar mais tempo para aprender (isso é fato), a realidade é que não existe almoço grátis e nem mágica, o modelo vencedor deve ser aprimorado e não abandonado, o passado ainda é prova disso.


Até a próxima...